Tento escrever, mas simplesmente as palavras não saem. Ficam num mundo perdido, isolado de todo o contexto de toda a capacidade intelectual que o individuo tem para pensar. Letras andam aos trambolhões dentro de cantos bem escondidos no cérebro e gritam, esfolam-se, roem-se por dentro para finalmente conseguirem desfrutar do chamado livre arbítrio. Mas será só isto? Será só as letras esgotadas de se encontrarem isoladas, de não mostrarem as palavras maravilhosas, os textos completamente nus, sem complexidade. Não será uma ironia vinda do criador? Uma daquelas de se achar inferior que faz com que as letras não criem uma linha reta, perfeita e sem complicações. Por algum motivo têm medo de se exibirem, de mostrarem quem realmente são, a sua força, capaz de destruir todas as outras que se metem a sua frente, todas aquelas letras convencidas de mais que não formal uma palavra que se possa tornar racional. Acreditar nunca é de mais. Um dia aquelas pequeninas e para alguns insignificantes letras iram sair com uma forca e uma velocidade enorme que todos vão duvidar serem as mesmas desprezíveis que um dia conheceram.